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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Problema mente-corpo

O Problema mente-corpo




Será que a mente se encontra separada do corpo?


Para poder responder a esta questão, antes de tudo, é necessário clarificar alguns conceitos.
Em primeiro lugar, o que é afinal a mente? Ora, para mim, a mente é um conceito complexo e vasto[1]. A mente inclui os nossos pensamentos, ideias, preconceitos, a nossa personalidade e as nossas memórias, em suma, a nossa maneira de ser.
Em segundo lugar, o que é o “eu”? O que faz de nós, nós? Por outras palavras, em que consiste a nossa identidade pessoal. Na minha opinião, o nosso “eu”, não é caracterizado pela nossa aparência, ou seja, o nosso corpo, mas sim pelas nossas memórias, e pela personalidade que nos faz tomar decisões e agir perante as situações. É esta personalidade que nos caracteriza, fazendo de nós teimosos, alegres, tristes, extasiados, desesperados, ou simplesmente simpáticos.
Assim, tendo em conta que a personalidade é condicionada pelas nossas memórias, ou melhor, é a posteriori, podemos dizer que nós somos essencialmente as nossas memórias.
Tendo definido (ou pelo menos tentado definir) estes conceitos polémicos, posso agora apresentar a minha tese. Acredito que a mente não se encontra separada do corpo, mas é parte deste.
Como afirmei anteriormente, a mente inclui desde as memórias à personalidade, e se a ciência nos permitiu identificar a zona do cérebro à qual correspondem as nossas memórias (lobo temporal medial e hipocampo), e sabendo que quando uma pessoa fica amnésica, é natural perguntar “quem sou?”, mostrando assim a importância das memórias para o “eu”, é plausível afirmar que sem o cérebro (parte do corpo), não teríamos mente.
Para salientar a íntima relação entre a mente e o corpo (de facto íntima pois são um só), a título de exemplo, quando queremos alterar o nosso corpo em função de estereótipos, ou quando nos sentimos com uma espécie de “nó” no estômago, ou até quando temos um aperto no peito quando não temos palavras para descrever o que sentimos, são todos casos nos quais é possível comprovar a fonte de influência da mente no nosso corpo e vice-versa. Sendo assim, como pode a mente encontrar-se separada do corpo? Essa situação não permitiria esta interdependência unificada.
Tal como Gilbert Ryle, acredito que “não há fantasma na máquina”, ou seja, que não possuo um ser imaterial que controla o meu corpo, o meu ser.



[1] Como é possível observar no dicionário que caracteriza tanto como espírito, como função intelectual do cérebro.

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